CONTOS DO MUNDO MÁGICO



SOBRE O MEU PRIMEIRO LIVRO E PORQUE EU COMECEI A ESCREVER


Comecei a escrever Contos do Mundo Mágico quando eu tinha doze anos, inspirada pelo primeiro livro da série Harry Potter, o qual eu havia lido recentemente. Mas minha história com os livros começou, na verdade, no cinema. Eu fui assistir à um filme (que por toda a minha vida achei que havia sido Sharkboy e Lavagirl, mas recentemente descobri que esse filme só havia sido lançado anos depois. Então o filme em questão eu não me lembro qual era) e, como em toda sessão de cinema, passaram vários trailers. Entre eles, o trailer de Harry Potter e a Pedra Filosofal.

O ano era 2001. O livro que inspirava o filme havia sido lançado em 1997, mas só agora estava começando a se tornar um fenômeno no Brasil. O cinema, inclusive, iria ajudar bastante nisso. Eu nunca tinha ouvido falar em Harry Potter, mas a história do menino bruxo me chamou a atenção. Quando cheguei em casa, voltando do cinema, eu resolvi procurar sobre o filme, que seria lançado alguns meses depois. Foi então que descobri que o filme Harry Potter e a Pedra Filosofal era baseado em um livro homônimo, da autora inglesa J. K. Rowling. E que não havia só um, mas quatro livros já publicados.

Engraçado é que antes de Harry Potter eu nem mesmo gostava de ler. Na verdade, o fazia por obrigação quando precisava ler os livros paradidáticos da escola. Porém, resolvi fazer uma tentativa e ler Harry Potter e a Pedra Filosofal. E, como boa curiosa que sou, queria fazer isso antes de o filme ser lançado no cinema.


Desculpem eu estar falando tanto sobre Harry Potter, mas é que essa história foi, não só essencial, mas determinante para eu começar a escrever e hoje ter quatro livros publicados e me preparando para o lançamento do quinto. Mas continuando, onde estávamos mesmo? Ah sim...

Na frente da casa da minha avó moravam dois amigos meus, Lívia e Breno, que eram irmãos e todos nós brincávamos nos finais de semana quando eu ia visitar minha avó junto com outras crianças da rua. Falando sobre Harry Potter com meus amigos, descobri que Breno já tinha lido os livros e ele perguntou se eu não queria comprar dele, a 5 reais cada, menos o quarto porque ele ainda estava lendo. Essas crianças empreendedoras e desapegadas... Admiro!

Obviamente, como na época meu dinheiro vinha da fonte "mãe", precisei perguntar a ela se podia comprar os livros do meu amigo. Eu tinha onze anos e Breno era uns dois (talvez três) anos mais novo que eu. E já tava fazendo dinheiro vendendo seus livros usados!

Como minha mãe sabia que eu não era muito fã de livros nessa época, ela disse que eu poderia comprar o primeiro e, se eu gostasse, compraria os outros, um de cada vez. Eu aceitei e comprei Harry Potter e a Pedra Filosofal de Breno, por 5 reais. Com certeza o melhor investimento que fiz na minha vida!

Só que pra uma pessoa que detestava ler, um livro de mais de 200 páginas parecia algo como um dos livros de George R. R. Martin. E o que aconteceu foi que eu não passei do primeiro capítulo na minha primeira tentativa. Eu detestei o livro e não sabia como cada vez mais pessoas ao meu redor falavam, animadas, sobre essa história.

Eu não entendia como todos pareciam tão apaixonados pela história daquele bruxinho e resolvi tentar novamente. De novo, parei. Foi somente na quarta tentativa que eu, finalmente, entendi o quão maravilhosa era aquela história. Terminei de ler o primeiro livro faltando um mês para a estréia do filme e eu já estava completamente apaixonada.

Obviamente, comprei A Câmara Secreta e O Prisioneiro de Azkaban do meu amigo, e como devorei os livros rapidamente, ele ainda não tinha terminado o quarto livro pra me vender. Então esse eu comprei novo, na livraria, pois não queria esperar.

Aos onze anos eu li uma história que mudou a minha vida. Aos onze anos eu comecei a ler por prazer. Aos onze anos eu desejei escrever uma história tão mágica quanto àquela que eu havia lido.

Durante uma viagem para a praia, aos doze anos, eu comecei a rabiscar o que seria meu primeiro conto. Primeiro, ele se chamaria somente Por trás da lenda, mas logo viviam continuações da história e Por trás da lenda se tornaria uma série de quatro contos sobre seres mágicos, que se passavam na Irlanda. Logo, meu caderno ficou cheio de histórias e fui preenchendo outros cadernos.

Um dia, eu soube de um Concurso Cultural na minha escola. Pensei e repensei e resolvi me inscrever no fim do prazo. Precisava ser algo mais breve, de poucas páginas. Como os contos de Por trás da lenda faziam parte de uma série, na minha cabeça eles só funcionavam juntos. Então resolvi escrever outra coisa. Era uma história sobre um grupo de crianças e um fantasma chamada O casarão assombrado de Wepsteps, algo bem diferente do que eu costumava escrever. Esse conto ganhou em segundo lugar o concurso.

Também teve uma vez que eu e meus primos estávamos na casa de Lívia e Breno (era onde nós normalmente nos reuníamos porque eles tinham dois vídeo games e vários jogos, entre eles Mario World, meu preferido). Ai faltou energia e a gente ficou sem nada pra fazer. Não dava pra ir brincar na rua (isso era possível nessa época) porque ainda era cedo e tinham muitos carros passando. Então sentamos na varanda da casa e, não lembro como ou por qual motivo, eu resolvi criar uma história. Assim nasceu A Floresta, mais um conto sobre seres mágicos, porém protagonizado por um grupo de crianças (como meus amigos e eu).

A última história desse livro, A princesa e o pirata, nasceu logo depois de A Floresta. É uma história clichê sobre um camponês que se apaixona por uma princesa. Mas tudo que tem piratas no meio se torna muito mais interessante. E não é diferente com essa história, que tem um super Plot Twist no meio dela. Talvez por ter sido a última história desse livro e eu já ter mais prática na escrita, eu posso dizer que é o meu conto preferido de Contos do Mundo Mágico. Não é por menos que A princesa e o pirata ganhou um Spin Off, o livro A Ilha da Caveira, que escrevi somente anos depois. Falaremos dele em breve aqui no blog.

Contos do Mundo Mágico foi um livro que escrevi entre meus doze e dezoito anos. Comecei a escrever as histórias que estão nele aos doze e o processo de criação delas durou até meus quatorze ou quinze anos. Depois disso, até os dezoito, editei, melhorei, mudei nomes de personagens e decidi que eram aqueles contos, de todos que eu tinha escrito nesse período, os que fariam parte do meu primeiro livro.

Como as histórias são muito diferentes umas das outras, tive dificuldades em encontrar um nome que traduzisse o livro como um todo. Pensei em várias opções, mas nada parecia bom. Foi então que, uma noite, sonhei com minha bisavó (mãe do meu avô) e no sonho ela me disse o nome Contos do Mundo Mágico. Acordei com a certeza de que esse seria o nome do meu primeiro livro.


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