A FILHA DE GAIA



Eu tinha dezoito anos quando comecei a escrever A Filha de Gaia. Durante uma viagem de ônibus de Natal, a cidade onde eu morava, e João Pessoa, na Paraíba, eu tive um sonho com uma menina loira de olhos azuis, que vinha avisar que a terra estava em seu limite e que nós, humanos, iríamos destruir nossa morada e precisávamos começar a fazer algo para salvar o planeta.

Sonhos, pra mim, são de onde vem a maior parte das ideias para os meus livros. Foi de onde veio a ideia do título de Contos do Mundo Mágico, como eu falei na postagem anterior, e foi também de onde veio a inspiração, se é que posso chamar assim, para escrever A Filha de Gaia.

Eu despertei do sono, dentro do ônibus de viagem, achando que aquele sonho havia sido algo muito real. Na época, já se falava muito em aquecimento global, em uma onda gigante que devastaria as cidades costeiras e todo ano tinha uma nova previsão de fim do mundo que nunca se realizava (afinal, estamos todos aqui ainda). Acho que talvez muito disso possa ter se misturado na minha cabeça e criado esse sonho. Pelo menos é isso que o meu eu psicóloga diz.

A questão é que tive esse sonho, acordei e tirei da mochila um caderno e uma caneta, uma dupla que eu passaria a levar sempre comigo a partir daquele dia, e comecei a escrever ideias despertadas pelo sonho que vinham em turbilhão. Eram ideias soltas, mas que faziam algum sentido na minha cabeça. O nome da personagem principal, Aurora, foi uma das primeiras coisas que me veio. Não lembro se a menina do sonho falou seu nome em algum momento, mas, não sei porque, esse foi o primeiro nome que surgiu na minha mente quando pensei nela.

Escrevi sobre portais para outro mundo, os seres que viviam lá e sobre uma guerra que estava se formando silenciosamente entre os habitantes desse mundo e os seres humanos. Mais personagens vieram à minha mente: Um mago, três feiticeiras, uma fada e um pássaro azul. Quando cheguei em João Pessoa, comecei a criar cenários, outros personagens e pensar em como seria essa história.


De forma natural e sem notar o que eu estava fazendo, eu comecei a criar algo que, mais tarde, iria se tornar a primeira etapa no meu processo de construção de todos os meus livros: a estrutura da história. É algo que faço até hoje. Antes de começar, de fato, a escrever uma história, eu crio o background dela. Crio os cenários da forma mais detalhista possível (o que envolve pensar no clima, vegetação, quem vive ali, etc), os personagens (com suas características físicas e sua personalidade) e o esqueleto da história, o que vai acontecer no início, no meio e no fim.

Não lembro ao certo, mas levei algum tempo, talvez um ano, desse ponto de construção da estrutura até, de fato, começar a escrever o livro. E foram dois anos até o ponto final, pois ao mesmo tempo que eu escrevia A Filha de Gaia eu estava escrevendo meu terceiro livro: A Ilha da Caveira. Quando terminei de escrever A Filha de Gaia, foi na época do lançamento do meu primeiro livro, Contos do Mundo Mágico. Foi quando eu pensei em relacionar meus livros, de certa forma.

Eu sempre gostei de procurar referências e Easter Eggs em livros, séries e filmes e resolvi fazer isso também nos meus livros. Em A Filha de Gaia, o prólogo é uma carta escrita por uma personagem de Contos do Mundo Mágico.

Entre o lançamento do meu primeiro e do meu segundo livro foram quatro anos. Meu terceiro livro, A Ilha da Caveira, era para ter sido lançado no mesmo dia, mas acabou saindo poucos dias antes. Porém, ainda o considero o terceiro, pois penso pela ordem de criação e não de lançamento.

Quando lancei A Filha de Gaia, eu já estava escrevendo sua continuação, A História de Lilith. A capa dos dois livros se completam. Foram pensadas para isso. Como eu já tinha uma continuação quase pronta e ela teriam nomes diferentes, resolvi que seria bom ter um elemento de ligação para fazer uma conexão visual entre as duas. Então pedi para que a ilustradora fizesse um rosto completo e usasse somente um lado para esta capa. E, quando eu fosse lançar A História de Lilith, usaríamos o outro lado.



SINOPSE DO LIVRO

Há muito tempo, quando a floresta ainda era jovem, viviam em harmonia os homens, os animais e as criaturas mágicas. Eles protegiam uns aos outros e dormiam à sombra de enormes árvores. Mas os seres humanos buscaram o poder, ficaram violentos. E o Mundo Mágico e o Mundo dos Homens, então, se separaram. Por muitas Eras, houve tentativas de unir novamente os dois mundos. Todas em vão. O Mundo dos Homens se tornou autodestrutivo com o passar do tempo. Agora, os habitantes do Mundo Mágico resolveram fazer mais uma tentativa. Mas, talvez, os humanos tenham se esquecido de como ouvir a magia. Essa história não aconteceu tempos e tempos atrás. Ela vem sendo moldada nas Eras. E o que será contado aqui acontecerá num futuro próximo. Mas logo o planeta e até os imortais irão esquecer. Contudo, alguém lembrará.


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