A caverna do tesouro - Um conto de "A Ilha da Caveira"


          Três anos haviam se passado. John aprendia cada vez mais coisa sobre a pirataria, além de outras coisas um tanto úteis que Fenton lhe ensinava. Truques de mágica, por exemplo. Fenton estava sentado no Cais olhando o mar azul-violeta. Tinha dois copinhos brancos e uma bolinha que num instante estava vermelha, no outro estava azul.
- Como faz isso? – John, que estava junto a Fenton a mais de meia hora tentando decifrar a mágica, perguntou.
- É bem fácil! É só um truque... – ele tirou a bola de um dos copos. – vê? Um lado é vermelho e o outro é azul. Eu a boto em um dos copos para que só o lado azul apareça. Depois eu junto os copinhos e viro. Então o lado da bolinha que vai aparecer é o vermelho, só que no outro copinho. Fazendo isso rapidamente parece que a bolinha muda de cor.
- E eu aqui a mais de meia hora tentando descobrir como o vermelho virava azul e vice-versa. – Fenton morreu de rir. John era bom nas sacadas mais complexas, mas não conseguiu entender algo tão simples. – Eu tenho outros truques... Se você quiser, posso ensiná-lo. Mas antes... O que acha de um duelo com espadas?
- O senhor é quem manda! – disse John, animado, e correu para o navio à procura de duas espadas.
            John adorava lutar e já estava muito bom. Mesmo assim, nunca conseguia vencer Fenton e não entendia por que.

            Bella e John andavam sempre juntos desde que tinham se resolvido. Ele já conhecia a família da pirata e quase todos da ilha perguntavam “para quando seria o casamento?”. Mas Bella e John não se importavam com isso. Eles sabiam que sua amizade era verdadeira e para os dois, isso bastava.
            Ultimamente, Bella e John estavam pensando muito seriamente em procurar um tesouro. Pra falar a verdade já sabiam até qual queriam: O tesouro de Kidd. E tinham plena convicção de que o mais famoso tesouro dos sete mares seria deles. John comentou com Bella sobre uma conversa que tinha tido com Fenton anos atrás, antes de chegar à Ilha da Caveira, na qual o pirata havia lhe falado sobre Kidd e seu tesouro, que estava perdido desde sua morte e que muitos já haviam tentado achá-lo. Algumas pessoas até diziam que o tesouro nem existia, que era apenas uma lenda, ou que alguém já teria achado e não seria besta de falar sobre sua descoberta, pois poderia acabar morto. De fato, John não seria bobo de falar que havia achado o tesouro de Kidd se o encontrasse. Contudo, algo lhe dizia que ninguém ainda o tinha achado.
            Poucos dias atrás, mexendo nas coisas de Fenton, John encontrou alguns papeis. Um deles era muito velho e estava um pouco rasgado e amassado. Nele havia um mapa desenhado e na parte de cima, escrito a próprio punho, os dizeres: “Debaixo dos ossos, onde sangue foi derramado, na caverna escondida está meu tesouro enterrado”.
- Está vendo Bella? – disse John. – É como Fenton falou: “Kidd morreu falando de sangue, ossos e seu tão precioso tesouro”. Tudo se encaixa!
- Eu não sei, John! – disse Bella. – Muita gente já morreu por causa desse tesouro. Eu não quero ser a próxima!
- Não vai ser! Nós vamos achar o tesouro, vamos ficar ricos! Você não confia em mim?
- É claro que confio! Mas é que...
- Não se preocupe, não acontecerá nada de mal. Amanhã bem cedo me encontre aqui. Vamos iniciar nossa caçada ao tesouro e eu já sei onde começar a procurar!
            Mal o sol apontou no céu, John e Bella já se encontravam no Cais. Levavam duas bolsas de pano com uma muda de roupa e um pouco de comida em cada uma. Nas mãos, levavam uma lamparina.
- Posso saber onde vamos começar a procurar? – disse Bella, com os olhos ainda um tanto fechados de sono.
- Claro que sim, doce senhorita! – John falou com um ar pomposo. – Estamos nos encaminhando para o lado norte da...
- Como é? – Bella nem esperou que seu colega termina-se a frase. Aquilo parecia tê-la acordado de vez – Não há nada lá! E é muito difícil chegar, além de ser muito perigoso...
- Eu sei! E é por isso que é o local perfeito para se esconder um tesouro.
- Você só pode estar ficando maluco! Eu não vou até lá. A costa da caveira é mal assombrada...
- Costa da caveira?
- É como chamamos o lado norte.
- Perfeito!
- John, não é perfeito. É perigoso! Você não vai me levar para lá!
            A costa da caveira era um local completamente desabitado, para não dizer inabitável. Era envolta por uma névoa branca que a encobria do chão até o topo das árvores. Só havia como chegar pela praia, de barco, pois havia uma enorme e densa floresta no meio da ilha, que era impossível atravessar. Era cheia de rochas e repleta de grandes árvores que cresciam de onde não se conseguia ver o solo. Era no lado norte da ilha que John tinha certeza de que encontraria o tesouro de Kidd.
- Não sei como você conseguiu me trazer para cá! – disse Bella, fazendo bico.
- Você não me deixaria vir sozinho. Eu sei disso. – Falou John, todo cheio de si.
- Pois fique você sabendo, meu caro senhor, que só estou aqui pela recompensa! – disse a pirata, divertida.
- Ah, sim! Mas é claro... Esqueci o quanto os piratas são interesseiros. – John entrou na brincadeira.
- Não renegue sua própria raça, meu senhor!
- E por que diz isso, minha cara?
- Acaso não notou que é um pirata? Raptou uma pobre jovem de sua família e amigos, depois a trouxe para essa ilha em seu maravilhoso navio com a finalidade de procurar um tesouro! Isso é ou não um ato de pirataria? – John caiu na gargalhada.
            A interpretação de Bella para a aventura dos dois era hilária. Quando John havia lhe dito que iria a todo o custo para o lado norte mesmo que a garota não o acompanhasse, ela acabou por ceder. Pegaram então um pequeno barco “emprestado” no Cais e seguiram pelo mar, sem deixar de avistar a costa, até o seu destino.
- E então? – disse a pirata, saindo do barco e ajudando seu colega a levá-lo para a areia. – Por onde quer começar?
- Não sei... Podemos seguir o rio! – respondeu John.
- E adentrar a floresta?
- Mas é claro! Não vamos encontrar nada se ficarmos aqui.
- Está bem. Já que vim até aqui, irei até o final!
- Assim é que se fala!
- Ouvi dizer que há cavernas perto do rio. E entre as falésias. O que você acha que quer dizer “caverna escondida”?
- Bom... Acho que pode ser várias coisas. A caverna pode estar nas fendas das falésias ou dentro da floresta, ou mesmo estar escondida na névoa.
- São muitos lugares para procurar! Não temos tempo...
- Dormiremos aqui se for preciso!
- Aqui? – Bella falou um tanto receosa. – Mas... E os fantasmas?
- Não há fantasmas aqui, Bella! Nem aqui e nem em outro lugar porque fantasmas não existem!
- Bem, você é quem sabe! Mas se aparecer algum fantasma, eu mato você antes que ele o faça!
            Os dois seguiram o rio, que serpenteava por entre a mata verde musgo. A água era límpida e transparente e, quanto mais adentravam a floresta, a névoa ficava mais espaça, chegando um momento que desapareceu por completo. Depois de horas de caminhada, eles chegaram numa lagoa de água muito azul. Resolveram então tomar um banho, já que estavam a muito sem fazê-lo. Como havia muitas pedras, John e Bella puderam ir um para cada lado e apreciar um pouco de privacidade. Depois de horas na água, os dois pegaram algumas frutas para o almoço e deitaram um pouco a margem da lagoa na sombra de uma frondosa árvore. Adormeceram por horas e, quando acordaram, já era noite.
- Você acordou finalmente! – disse Bella percebendo que John abrira os olhos.
- Já é noite? – ele falou.
- É sim. Perdemos o dia inteiro! E não temos como procurar o tesouro à noite, pois está muito escuro.
- Quer voltar amanhã?
            Mas nem precisou que Bella respondesse nada. Quando a lua saiu de traz de uma densa nuvem e iluminou o lago, revelou a entrada para uma caverna submersa. Ela e John se entreolharam. Mesmo sem dizer uma palavra, os dois pareciam entender o que se passava pela mente um do outro. Era como se uma conexão tivesse ali sido estabelecida. Então que, de repente, a lua escondeu-se novamente e a entrada da caverna sumiu como se nunca houvesse existido.
- John! – disse Bella. – Você viu?
- Vi sim... – falou o garoto e puxou Bella em direção ao rio. – Vamos!
- Espera, John! – falou a pirata puxando o garoto de volta. – Está escuro. Talvez seja melhor irmos amanhã, quando estiver mais claro.
- Não, Bella! – disse John. – Não percebe? Acabamos de encontrar o lugar onde está o tesouro de Kidd! Como pode pensar em esperar até amanhã se podemos ficar ricos hoje?
- John, espera um pouco! Não sabemos se o tesouro está realmente lá.
- E não quer descobrir o quanto antes?
- Não se eu correr algum risco.
- Não vai haver risco nenhum, Bella! Eu protejo você!
- Sei! E quem protege você? – disse a pirata, mas John nem a escutou. Pulou no rio e a chamou.
- Vamos Bella! Ou fico com o tesouro só para mim...
- De jeito nenhum! – disse Bella pulando também na água.
            Esperaram a lua reaparecer no céu e iluminar novamente a caverna. Assim que isso aconteceu, os dois submergiram. Enquanto mergulhavam cada vez mais fundo, em direção à entrada da caverna, Bella e John tentavam imaginar como procurariam um tesouro debaixo d’água. Mas essa resposta foi rapidamente respondida quando adentraram a caverna. Lá, havia muitas pedras e a água do rio que entrava, formava um pequeno lago. Os dois emergiram e subiram pelas pedras até “terra firme”.
            Havia um túnel logo à frente, por onde seguiram. Não havia o mínimo de iluminação. Era difícil enxergar mais que um metro à frente ou acima. Portanto, precisaram ir tocando nas paredes até o final. O breu era tão grande que até o ar parecia mais denso e pesado. John não sabia onde aquilo o estava levando, mas sentia que o tesouro estava cada vez mais perto.
            Uma luz surgiu à frente. Nem Bella, nem John sabiam do que se tratava. Contudo, ir em direção à luz era bem melhor do que seguir no escuro por um caminho desconhecido.
            Chegaram numa espécie de uma grande sala iluminada pela luz da lua que entrava por uma abertura no teto. Nessa câmara, que levava a muitos outros túneis além do que eles estavam, havia uma quantidade enorme de esqueletos. Parecia que ali havia sido um campo de batalha. Uma sangrenta batalha por um tesouro. Era ali. Em algum lugar naquela sala estava o tesouro de Kidd.
- Esqueletos! – disse John admirando uma dupla de esqueletos que estavam numa posição muito interessante: com suas espadas enfiadas um no outro, ambos se apoiavam, sustentando-se. John sorriu ao pensar em como deveria ser engraçado morrer daquela forma. – Esqueletos mortos feitos de ossos!
- E existe algum outro tipo? – Bella perguntou, rindo.
- Não! Eu quis dizer... – John tentou se explicar, mas Bella o interrompeu.
- John! Houve uma batalha aqui e deve ter sido derramado muito sangue! – disse a pirata. E relembrou a rima sobre o tesouro de Kidd. – “Debaixo de ossos, onde sangue foi derramado. Na caverna escondida está o meu tesouro enterrado”. Matamos a charada! Já encontramos a caverna e estamos no lugar onde o tesouro deve estar!
- Tem razão, Bella! – John falou animado. – Agora só temos que procurar.
- Mas como faremos isso? Não trouxemos ferramentas para cavar!
- Não importa! Cavaremos com ossos se for preciso!
- Com ossos? – Bella olhou para John como se ele não pudesse estar falando sério.
- Tem alguma outra idéia?
- John! – ela disse. – Acabou de me ocorrer... Como iremos levar o tesouro para fora da caverna?
- Iremos por qualquer um dos outros túneis... Afinal moedas de ouro não sabem nadar, não é? – John falou, rindo.
- Ha – Ha! Não sabem nadar, né? Que engraçado...
- Só para descontrair o ambiente...
- Nossos amigos esqueletos mortos precisam rir um pouco, né? Aliás... Eles estão morrendo de rir!
- Ha – Ha! Senhorita engraçadinha...
- Vocês não sabem piadas mais atuais? – disse uma voz. – Essas já eram ultrapassadas no meu tempo!
- John! – disse Bella. – Isso não foi engraçado. Aliás, foi uma piada de muito mau gosto!
- Mas não fui eu que falei!
            John e Bella se entreolharam e, depois de reunir coragem, viraram para trás. Algo como uma fumaça esverdeada com a forma de um pirata barbudo e caolho os olhava. Bella gritou o mais alto que conseguiu, mas não conseguiu se mover do lugar. John a puxou pela mão e correu em direção ao túnel pelo qual tinham chegado ali. Contudo, o fantasma bloqueava sua saída. John tentou outro túnel e o pirata também estava lá. Tentou um terceiro e deu de cara com o fantasma novamente. Então, entrou no túnel ao lado e correu com Bella por ele.
- O terreno por ai não é bom! – disse o fantasma. – Vocês vão acabar caindo em um grande buraco que tem bem à frente.
John não sabia se acreditava no fantasma. Ele não entendeu bem o porque, mas deu apenas mais uns dez passos e parou.
- John... – Bella enfim conseguiu falar algo. – O que está fazendo?
- Não... Não sei! – respondeu o garoto.
- Se morrerem dentro do buraco não vão poder encontrar meu tesouro...
- Seu tesouro? – disse John, ainda sem entender o que o fazia continuar ali. Bella tremia, enroscada em seu braço.
- Sim! Quem acha que eu sou, garoto? – disse o fantasma e John lembrou-se de como Fenton o chamava.
- Kidd? – John espantou-se com aquela revelação.
- O próprio! Depois de meu enforcamento resolvi voltar para a Ilha da Caveira para rever o meu tesouro e nunca mais consegui sair daqui! Acho que o ouro me prende na terra.
- Então o tesouro está mesmo aqui, não é?
- Mas é claro que está aqui! Você não já tinha descoberto isso?
- E não se importa se nós levarmos o seu tesouro?
- Claro que não! Você não estava ouvindo o que eu falei? Se vocês o levarem eu poderei descansar em paz! Além do mais, o que posso fazer com o tesouro estando morto?
- E pode nos dizer onde ele está?
- Claro que não! – exclamou o fantasma. – Vocês não querem ter trabalho nenhum?
- É que eu pensei que... Bom... Esqueça! – disse John. – Vamos Bella! Vamos começar a procurar!
- John... – disse Bella, que ainda estava com um pouco de receio. - Acha mesmo que podemos confiar em um fantasma?
- Não vejo porque não! Ele já está morto. O que pode fazer contra nós?
Era um enorme tesouro. Moedas de ouro que quase não acabavam mais. Os olhos de John e Bella brilharam. Mas não eram só moedas que haviam ali, enterradas. Rubis, esmeraldas e diamantes. Pratos de ouro advindos de algum palácio de um reino distante, taças de cristal da casa de um nobre, jóias da realeza. Havia de um tudo ali. Aqueles itens faziam jus ao título de maior tesouro amealhado por um pirata.
            Bella e John desenterraram aquilo tudo ao som da voz de Kidd, que contava, animado, a história da batalha que havia se passado ali, da qual os esqueletos, quando eram pessoas, fizeram parte. Aqueles que ali morreram, eram integrantes da tripulação de um Capitão pirata não muito famoso, que procuraram, por muito tempo o tão desejado tesouro de Kidd. Porém, ao conseguirem encontrar a câmara, começaram uma disputa pelo ouro, já que não queriam dividi-lo. Aos poucos, um por um foi morrendo pelas mãos de seus companheiros. Por fim, sobraram o Capitão e um de seus fiéis marujos, que acabaram por se matarem, um ao outro, ao mesmo tempo. Eram os esqueletos que se encontravam numa posição engraçada que John observava tão curiosamente. O que Kidd achava engraçado, é que depois de tanta luta e morte, ninguém saiu de lá com o tesouro. Na verdade, ninguém nem se quer saiu de lá.
            John e Bella ficaram ainda mais felizes em saber que eram os primeiros a não se matarem e que seriam os únicos a saírem de lá e ainda mais com o tesouro. Depois de desenterrarem tudo aquilo, começaram a pensar por onde iriam sair da caverna e receberam a notícia de que teriam que voltar pelo mesmo lugar de onde tinham vindo, pois todos os outros túneis estavam bloqueados.
- O que vamos fazer? – disse Bella olhando para John. – Afinal, o tesouro não sabe nadar!
- Eu tenho uma idéia, mas não sei se... – começou John.
- Do que se trata? – quis saber a pirata.
- Bem... Poderíamos enrolá-las em nossas roupas de cima!
- E ficamos só com as de baixo? – perguntou Bella, mesmo que já soubesse a resposta. John olhou para ela meio sem jeito. – Bem... Se esse é o único modo, não é?
- Sério? – John espantou-se.
- Eu vim até aqui, não vim? Não vou deixar o tesouro aqui depois de tanto trabalho!
            Os dois começaram, então, a se despirem. Bella varreu a câmara com o olhar. O fantasma de Kidd não estava mais lá. Achou melhor assim. Afinal, mesmo que fosse um fantasma, era um fantasma homem e ela não iria se sentir bem em se despir na frente dele (mesmo que fossem tirar somente as roupas mais pesadas).
            Depois de enrolarem o que deu do tesouro em suas roupas, Bella e John voltaram pelo túneo pelo qual haviam chegado ali e pularam no laguinho formado pela água do rio que entrava na caverna. Nadaram até poderem emergir. Já era de manhã. Um sol ofuscante brilhava no céu. Fizeram o mesmo percurso várias vezes até conseguirem tirar pelo menos metade do tesouro de dentro da caverna. Já era noite quando retornaram ao outro lado da Ilha da Caveira, completamente exaustos.
- Bella... – disse John. – Eu quero que fique com o tesouro!
- O que? – disse a pirata sem entender. – Como... Como assim, John?
- Eu... Quero que fique com o tesouro! – repetiu John.
- Por que?
- Você merece, Bella! Você foi muito corajosa... Além disso você me disse que seu maior sonho é comprar um navio e virar uma Capitã tão boa quanto Morgan!
- Se não fosse por você eu nunca teria ido procurar esse tesouro, John! – Bella falava, sem entender porque seu amigo insistia naquilo até que, de repente, ela percebeu. – Você... Você está fazendo isso pelo que aconteceu, John? Está tentando me recompensar de alguma forma? – John nada disse. – É isso não é? Eu não acredito! Achei que já tínhamos superado isso!
- Bella! Por favor, não fique chateada comigo. Eu só... Me desculpe.
- Tudo bem... Só vamos dividir tudo, está bem?

Mundo Mágico: Seres da terra



- Gigantes
Seres muito fortes fisicamente que têm em média 3 metros de altura. Pouco organizados, os gigantes vivem em pequenos clãs. Inacreditavelmente velhos, os gigantes carregam a sabedoria das Eras já vividas. Habitam, em grande maioria, florestas remotas e montanhas. Existem três gigantes de uma antiga raça que foi extinta, os Etins, que são nomeados como Guardiões da Terra. A aparência dos Etins demonstra uma idade avançada, porém esses gigantes são imortais. Suas dimensões são variadas, dependendo do medo de quem está falando com eles.

- Duendes
Os Duendes são alegres, amam festas, músicas e danças. O comportamento varia. Em geral, se baseiam em atitudes humanas por estarem próximos aos homens. Os duendes são ligados à Terra e geralmente conseguem controlar imprevistos da natureza. Vivem vários anos e chegam a constituir famílias. Adoram comer e fazer brincadeiras, tais como esconder objetos. Alguns possuem orelhas grandes e pontudas e grande quantidade de pelos no corpo. Quando confiam nos homens se tornam fiéis e grandes protetores. Afirma-se que os duendes têm apetites insaciáveis e que gastam uma grande parte do tempo comendo. Muitos são de temperamento mesquinho e gostam de acumular coisas escondendo-as longe, em plantas secretas. Os duendes escondem-se em folhas e árvores, dispersando-se pela relva dos bosques. Esses seres estão associados aos gnomos e são considerados emissários e operários etéreos do fluxo de energia vital. Eles podem viajar através das dimensões, o que lhes permite aparecer e desaparecer. Os duendes possuem hábitos noturnos e geralmente têm uma atitude benévola. A maioria deles mora nos bosques ou campos, no interior de alguma árvore ou no subsolo da terra. Os duendes podem viver vários séculos, ultrapassando 500 anos, mas não são imortais.

- Gnendes
Mestiços nascidos da união entre gnomos e duendes. É exatamente o meio termo entre as duas raças. Vivem bem com outras raças.

- Elfos da terra
Mestiços nascidos da união entre elfos e gnomos. Elfos da terra são pequenos como os gnomos, mas magros e leves como os elfos. Vivem nas florestas e geralmente são muito solitários e reservados

- Gnomos
Um ser pequeno, com alguns poucos centímetros de altura, entroncado, transparecendo idade avançada. Seres mágicos protetores da natureza e dos seus segredos. Usam chapéus pontudos em forma de cone. Os homens vestem o chapéu da cor vermelha e têm enormes barbas brancas, trajando por vezes túnicas azuis ou de cores suaves. Já as mulheres usam chapéus de cor verde. Têm a capacidade de penetrar em todos os poros de terra e até de se introduzirem nas raízes das montanhas, explorando os mais ricos minérios ocultos e trabalhando-os com intenso e delicado labor. São guardiões de muitos tesouros. É uma raça que não se relaciona bem com as outras, preferindo manter-se isolada.

- Troll
De orelhas e narizes enormes, os troll são humanoides não muito inteligentes. Sua expectativa de vida é de mais de mil anos. Por serem criaturas noturnas e ficarem por muito tempo em cavernas escuras, criou-se a lenda de que os troll não podiam sair à luz do dia, pois se o fizessem virariam pedra. Porém, isso não é verdade. Os troll são reservados e vivem geralmente em pequenos clãs, principalmente para proteger suas proles.

- Centauros
Metade homem, metade cavalo, essa criaturas lendárias são bastante conhecidas dos mitos humanos. Seres extremamente inteligentes, os centauros se dividem em duas semi-raças: Íxions e Quírons. Os primeiros caracterizam-se por sua força bruta, insensata e cega. Impulsivos e violentos, os Íxions inclusive comem carne crua de seus rivais após combates. Já os Quírons, prezam a força, porém aliada a razão e inteligência, tornando-se mais civilizados e mostrando melhor convivência entre a própria raça e com outras raças.

- Elfos puros
Seres de aparência eterna, altos e esbeltos, com linhas finas delineando a face jovem. Muito reservados e contidos, os elfos puros se dividem em dois tipos: elfos negros e elfos brancos. Os primeiros têm cabelos longos e negros, olhos escuros e pele muito branca. Já os elfos brancos têm longos cabelos brancos, a pele da cor da porcelana, e olhos azuis ou verdes. Ambos vivem em comunidade. Os elfos são sábios, belos, orgulhosos e arianos, e dificilmente misturam-se com outras raças. Se fosse considerada apenas a aparência física não se daria para diferenciar elfos e elfas, contudo elfos costumavam vestir mantas de cores mais escuras, como o azul e o verde, enquanto as elfas usavam cores rosa claro e creme.

- Dríades
Espírito das florestas que nasce junto com uma determinada árvore da qual ela exala. A dríade vive na árvore ou próxima a ela. Quando a sua árvore é cortada ou morta, a divindade também morre. Para proteger sua morada, a dríade transforma-se em monstros assustadores. Quando em sua aparência normal, as dríades mostram-se como belas mulheres de pele esverdeada e olhos escuros.

- Meio humanos e Humanos descendentes
Os meio humanos são descendentes diretos ou indiretos de seres humanos que um dia já habitaram o Mundo Mágico. Alguns são mestiços nascidos da união de alguma raça mágica com um humano e outros são humanos que atravessaram o véu e não voltaram mais para o seu mundo. Os meio humanos e humanos descendentes são muito semelhantes aos humanos comuns no que diz respeito a aparência física, apresentando somente algumas poucas e irrelevantes diferenças.